rina pri

Por uma vida sem pentelhos

::: Crônica minha, feita hoje 🙂

pegou a pinça e foi sentar na cama, onde a luz da tarde garantia uma boa iluminação. ia depilar a virilha. é, com pinça. poucos pelos, sacomé. e, enquanto tirava os pentelhos-pelos que não deveriam nunca mais crescer, começou a pensar nos pentelhos-gente que também precisariam sumir. da sua vida, não da virilha, obviamente.

e ficou ali, arrancando os pelos e dando nomes a eles. nomes daqueles seres enjoados que insistem em permanecer, mesmo já tendo sido removidos antes. ex-namorados. ex-amigos. ex-chefes. ex-qualquer coisa.

e por que será, afinal, que ficamos com esses pelos encravados? gente que não merece a menor preocupação, mas fica ali, aporrinhando, enchendo o saco (ou a virilha, com o perdão do trocadalho).

fico pensando o que nos faz querer permanecer com essas coisas inúteis. veja bem: pelos a mais, roupas e sapatos velhos ou que não cabem, papéis, gordurinhas, manias… gente.

sim! gente enche espaço! gente enche O SACO! tem gente que não merecia nem ter entrado na nossa vida mas, já que entrou, precisa sair… precisa ser jogada fora, já que por livre e espontânea vontade não hão de ir embora.

então, sabe aquela amiga chata? pára de atender os telefonemas só pra ser educadinha. o ex-chefe que vive pedindo um favorzinho? põe preço – duvido que ele vá pagar! o ex-namorado que ainda não se tocou que o relacionamento acabou (às vezes há ANOS): larga mão de ser simpática e manda à merda – porque catar coquinho pode soar algo amigável, dependendo da loucura da pessoa!

o século 21 vem cheio dessa coisa de reciclagem, de consciência ecológica e tals. bora reciclar o que presta na nossa vida e deixar esse lixo todo virar adubo – porque há, sempre, de se aprender com o passado.

levantou da cama de virilha limpa e alma lavada. decidida do que faria. biquíni, praia. porque aprendera que não é apenas uma superstição essa
história que a água do mar lava a alma. é uma grande verdade. e foi. de biquíni, pensando não mais nos pentelhos que tanto incomodavam, mas na estratégia de vida para mantê-los sempre longe de onde não devem estar.

na minha pele quero apenas o toque, a sensação leve e gostosa, o calor do amor, do beijo e do abraço apertado que uma vida mais leve tem.

[por uma vida sem pentelhos, por Rina Noronha, 07/01/2010]

(Se quiser copiar, por favor, cite a fonte ;))

7 comentários em “Por uma vida sem pentelhos”

  1. Não tenho este problema de ter que depilar a virilha,,,,rsrrs, mas tenho um montão de pentelhos assim, Ótima crônica

    abraços

  2. Barba encravada conta como pentelho? É um saco também. Queria poder joga-los fora simplesmente, mas enquanto a depilação a laser não vem, me desfaço dos que eu posso. Amém.

  3. hahaha..ótima!!!

    To fazendo a lista dos que serão jogados fora em 2010!!

    além de que depilar virilha é uma tortura terrível, tanto qto ter que aturar esses pentelhos pé no saco que não se tocam!!

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